Certo homem, levantou-se pela manhã para mais um dia de trabalho.
Ao chegar à casa-de-banho verificou que não tinha água para se lavar nem fazer a barba, tendo verificado de seguida que, de facto, tinha sido cortado o abastecimento por facturas não pagas, o que muito o surpreendeu, já que por várias vezes tinha avisado a companhia que as facturas estavam a ser dirigidas para uma morada errada, porque a menina da companhia tinha sido incompetente e se tinha enganado a introduzir a morada da sua casa no sistema informático da empresa distribuidora de água canalizada.
Dirigiu-se então para a cozinha para tomar o pequeno-almoço; o que não pode fazer porque tinha deixado a porta do frigorífico aberta e o leite tinha-se estragado depois de uma noite à temperatura ambiente.
Foi já irritado que se meteu no elevador e se dirigiu ao carro estacionado na rua para se dirigir para o trabalho.
O homem não queria acreditar no que viu. O lugar onde deixava o carro todos os dias estava vazio. Aparentemente tinha sido roubado! Dirigiu-se ao posto da polícia mais próximo para participar o desaparecimento e, com estes contratempos todos, chegou tardíssimo ao trabalho.
Foi despedido. O patrão estava furioso com o facto de ele ter chegado atrasado, mal vestido e a cheirar mal, logo naquele dia em que havia tantos assuntos importantes para tratar, tantas reuniões importantes para realizar. Ele ainda tentou argumentar, justificar-se com os acontecimentos desse dia, mas o patrão não estava pelos ajustes e mandou-o sair da empresa, alegando que o fazia com justa causa.
Foi um farrapo humano que chegou a casa ao fim do dia e encontrou, em cima da mesa da sala, uma carta da mulher a dizer que o abandonava e que levava os filhos, porque tinha encontrado o amor da vida dela na pessoa de um colega de trabalho de lá do banco, sempre tão simpático, bonito, atencioso e abastado.
Por momentos pensou no suícidio, e foi maquinalmente que saiu de casa e se dirigiu ao bar do costume onde bebeu, bebeu, e bebeu para esquecer aquele dia, aquela vida, a mulher, toda a gente. Naquele dia aquele homem bebeu para morrer.
Quando o bar fechou as portas, e o homem foi mandado para a rua como um fardo que se manda para longe, a noite ía já escura e na rua quase não havia movimento. O homem levou algum tempo até conseguir recobrar um pouco os sentidos e foi com dificuldade que destinguiu um vulto de um homem alto à sua sua frente que o mirava com atenção.
- Credo! Estás bêbado como um cacho! - disse o homem.
O outro mal conseguia articular as palavras.
- Sim... acho que bebi demais... Quem és tu?
- Eu? Não me reconheces? É Natal meu filho. E eu sou o Pai Natal!
O homem tentou focar a figura vermelha que tinha à sua frente.
- O Pai Natal! O Pai Natal! Só tu me poderias ajudar!...
- Ajudar-te? Então?
- Hoje tive o pior dia da minha vida. Roubaram-me o carro, perdi o emprego. A minha mulher fugiu com outro... Dá-me de novo as coisas que perdi!
- Dou-te as coisas que perdestes?
- Sim! Dá-me de novo as coisas que perdi! E a alegria que já não tenho!
O Pai Natal olhou em redor pensativo. E depois lá tomou uma decisão.
- Tudo bem. Eu farei isso. Mas em troca vais-me fazer aqui e agora uma mamada...
O outro nem pensou. Ao saber que podia ter as coisas de volta esclamou.
- Uma mamada! Mil! Por isso faria mil, Pai Natal!
- Óptimo! Então faz-me uma daquelas em que a glande fica apertada entre as amígdalas, e depois estimulas com movimentos de contracção da garganta...
E foi assim que começou a chupar desordenadamente o mastro do Pai Natal. Passado uns minutos, resolveu perguntar:
- Diz-me como vai ser, Pai Natal. Amanhã vou acordar como se nada se tivesse passado?
O Pai Natal olhou para baixo. Hesitou um segundo e perguntou:
- Que idade tens tu meu amigo?
- Eu? Eu tenho quarenta e um anos feitos!
- E com essa idade ainda acreditas no Pai Natal?
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